quarta-feira, 30 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Verdades.

Verdades: coração que já não aquece mais, sentimentos e uma chama que nunca se desfaz.

Nos seus olhos a luz brilhou mais uma vez e me fez entender o que é amar.

Se ainda ouço a chuva cair e é algo que me faz lembrar que eu não posso estar sem você... Me diz que a chama não vai se apagar, que a nossa música ainda toca aqui, nos nossos sonhos, eu sei que vou levar o seu abraço sempre a me cobrir. E ainda vou chorar em olhar pra você e dizer que te amo.
Mais uma vez vou ficar aqui pra ver a chuva cair, lembrar que o seu cheiro ainda fica em mim. Vou chorar...mas que saudades de você!
E de tudo, meu amor, serei atenta antes e com tal zelo, sempre tanto que mesmo em face do maior encanto. Dele se encante mais meu pensamento.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ignoro qualquer um que me faça perguntas desse minuto em diante.

Parte I:
Com sutilieza calcei as pantufas e com preguiça troquei passos. A dedo escolhi um copo, em instantes estava até a borda com água. Pensei por dois segundos se não seria tão estúpido virar os olhos para a cama sabendo que não estava lá. Mas estúpido mesmo era tentar levantar dela de forma sedutora, como se ele estivesse me assistindo beber o que saía daquele filtro imundo. Foda-se a estupidez. Deixei-a de lado quando, ao ouvir as primeiras gotas de chuva do lado de fora, estacionei o olhar sobre a janela. Olhar tão pesado que era como se eu visse o vidro prestes a se quebrar. E do estacionamento dos olhos, estacionei também o corpo frente a ela. Acho que nunca uma janela me pareceu tão vingativa. Ela não sabia por quê eu a olhava daquela forma e devolvia isso estando tão bem posicionada diante da rua. Atrevi-me a tocá-la. Dividi sua superfície fria e enxarcada pela metade. Um vento gelado passou por ela e eu.
Não, eu não ia esperar que um milagre lhe fizesse passar por ali, Jaime. E janela, sua inanimação me chateia, vou deitar-me novamente!
Meu lugar na cama ainda estava quente e pra evitar pés congelados, deixei que as pantufas continuassem a esquentá-los. Com esforço estiquei o braço e descompromissadamente apertei o botão vermelho do controle remoto. Depois de 3 tentativas de achar uma atração televisiva realmente atrativa, desliguei aquilo. A tela preta pouco relfetora era mais interessante. Isso porque ela me lembra o cochilo tirado ao lado dele a algumas semanas atrás. Eu conseguia ver aquele encaixe perfeito pela televisão suspensa na parede do 202. E essa lembrança deixava minha cama mais confortável. Impressão minha.
Ouço a janela me chamar e vejo as feições de Jaime na parede tentando avisar-me de que o certo seria se eu conferisse o que a janela queria de mim. Levei o antebraço a testa, entreabri a boca e respirei por ela. Sim, eu tinha que ir até lá, quem sabe ela tinha notícias suas que eu não? Quem sabe ela tenha recados deixados por um passarinho a pedido seu? Quem sabe tenha mensagens feita com a ponta dos dedos no vidro embaçado? Melhor: quem sabe sua ausência tenha me tirado a saúde mental e me feito pensar esses absurdos? Fico com a última opção mesmo. Mas indiferente a isso, me levanto e me coloco frente a janela que deixei aberta. O chão molhou a sola das pantufas. Livrei-me delas e aventurei-me em ficar descalça e ter os pés tomados pela água da imprudência pluvial.

domingo, 20 de setembro de 2009

Ignoro qualquer um que me faça perguntas desse minuto em diante.

Com sutileza



Isso acima era o início de um post superapaixonado que pretendia pra hoje. Deixei exatamente como estava desde que minimizei a janela para dá-lo 'bom dia'. Mas desisti assim que ele jogou fora a tentativa de não pensar negatividades sobre nós. Ou sobre mim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ele é o Quebra-Nozes, mas susbtitui nozes por sentimentos.

Eu me sentia dentro daqueles pesadelos em que é necessário correr e se não o fizer logo, lhe custará a vida. E eu tinha a sensação de que menos me movia quanto mais queria estar longe de qualquer carvão lapidado. Provavelmente eu jamais entenda essa extraordinária ameaça. E quanto ao Sr. Castro, eu tentava explicar-lhe essa sensação de prisão e imobilização em pesadelos, mas ele insistia em negar um sentimento que não pertencia a ele, e sim a mim! Fiz o mesmo anteontem ou antes, não sei. Mas as situações eram de um contraste cegante. O fato era de que nesse pesadelo se eu não corresse, seja lá de qual monstro fosse dessa vez, eu perderia a vida. Mas minha vida, desde a aparição dele, se tornara algo de valor irrisório, talvez nem irrisório, mas nulo. Eu me importava com o elo entre Sr. Castro e eu. Aquilo sim me valia algo. Aquele elo, que depois da leitura frente a luz fraca daquele computador, já me fazia converter a força em insegurança. Era a primeira vez que via algo de tamanha ambiguidade, de firme e não ao mesmo tempo.
Antes de começar a ler, pensei:"Pela extensão do email, de boa coisa não se trata. Pra falar de amor ele não gasta tanto, é sempre direto." e depois de pairar os olhos sobre aquelas palavras tão impactantes, tão duras, tão... pontiagudas, vi que não estava errada. Por algum motivo insondável a distância entre ele e eu pareceu triplicar, quadruplicar. Tipo distância continental.
Tive a sensação de coração trincado. Depois quebradiço. Depois estilhaçado. Aliás, tudo que remeta a ele me faz inteiramente quebradiça. Li o último email. Coloquei a mão no peito e senti que ele pulsava rápido demais sob minha palma. Uma dormência do pé subiu a cabeça. Minha indignação responderia por mim. É como se minha cara de tormenta criasse dedos e digitasse tudo o que meus olhos repeliam em lágrimas naquele momento exato segundo. Cliquei em 'enviar'. Fechei aqueles quadradões.
Seria um sacrifício caminhar até minha casa. Queria deitar-me por ali mesmo. É menos martirizante não dormir onde, no início do dia, eu acordei do meu cochilo de minutos com a certeza (não tão certa afinal) de que meu coração estava em boas mãos. Que direito ele tinha de pormenorizar meu amor assim? E esse tipo de pensamento fazia minhas pernas mais rígidas, o chão me segurava. Só assim pra que eu pudesse sentir que havia concreto sob meus pés. Não me diria sem chão, mas sem teto e paredes, com toda certeza que sim.
Já na esquina de casa, eu mudara de opinião e agradecia a Deus por estar próxima a meu "lar". Eu poderia tomra banho e desejar que houvesse uma ducha de ácido sulfúrico no lugar de água do chuveiro para que eu, corroída, ficasse só em ossos. Assim eu não teria coração e consequentemente não sentiria essa dor que tanto me entorpecia.
Habitualmente estava com as mãos no bolso do moleton e senti o alarme silencioso do celular. Antes da tragédia envolvendo emails eu havia contatado Sr. Castro em sua residência. Ou aquilo se tratava dum retorno a ligação ou a réplica que fiz em seu @hotmail.com. Pensei dominantemente em não atender. Deixá-lo pensar que, por ventura, ele pode ter cravado uma estaca de ferro na minha ferida ao expor a sua. Foda-se, a voz dele TALVEZ mudaria o rumo que deu a meu quase fim de noite. Apesar das lágrimas, das desculpas, dos desejos esmagados de palavras doces, eu me sentia bem enquanto seu timbre chegava suavemente ao meu ouvido direito. Até o dizer mais delicado do planeta soaria grosseiro comparada a voz do homem dos meus sonhos.
Em nossos minutos trocando palavras eu me senti inteira. Senti sangue em veias novamente. Era como se meu peito nunca tivesse sido esburacado. Eu não estava curada e sim, perfeita, sem ferimento algum.
Isso até desligarmos o telefone.
Isso até eu tentar dormir.
Isso até eu lamentar por não consegui dormir.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Na praça, frente ao banco e no topo da escada.

Por mais suja que estivesse a praça ou por mais acinzentado que fosse o céu, jamais as luzes daqueles postes presenciaram um horror maior do que o que daquela cena...
Beijos regados a palavras tão pesadas... o que foi aquilo? Que distância é essa que, enquanto a saudade é como lixa enxugando o que sua falta põe pra fora dos meus olhos, insiste em nos falecer?
Eu nunca quis largar sua mão ali. Nem ali nem em lugar nenhum. Logo quando viramos as costas minha vontade era de te esperar entrar no hotel e bater no 202 e quando abrisse a porta dizer que vamos sair de lá juntos, voar juntos e rotinar juntos no sul. Mas não. Tive que descer aquelas escadas e seguir o caminho oposto ao de seus passos, nos fazendo cada mais mais longe um do outro.
Quando voltarmos a estação de metrô, meu amor, vai ser pra darmos uma passada ligeira em minha casa pra pegarmos a mala que fingi que fiz, abraçarmos minha mãe, você responder que sim quando "promete que vai cuidar dela?" e irmos direto pro aeroporto. E estarmos mais distantes. Distantes de qualquer justificativa para a partida. Distantes de olhares molhados. Distantes de palavras tão impactantes. DISTANTES DE UM, TÃO TRISTE, VIRAR DE COSTAS.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

3 tardes.

Até hoje tento entender como me invadiu assim. E caso eu consiga descortinar isso, será útil para que eu também entenda essa repentina vontade de te ter ao lado em tempo integral. Hoje, nada significa mais que seu nome, que poder pronunciá-lo com esse conforto, sem medo da incerteza.
Tente devanear sobre o inferno que minha atmosfera se torna quando vejo filmes romanescos apenas tendo a superfície das fotos para tocar. Sem poder comentar, beijando-lhe o ombro, como seria se aquela cena acontecesse a nós. 
Não posso continuar longe de você. Não faz parte do meu dever mundano ter de te esperar tanto. 

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Que (não) lateja ou (não) faz latejar.

Luiza se vira na cama. A falta que ele faz a ela faz com que seu corpo inche, como se há muito não tivesse mais alma. É quase terça-feira. Nunca quis que a semana passasse tão ligeira. O coração parece ultrapassar os ossos e só a pele peitoral faz barreira de impedimento de pulsos fora do lugar.
Luiza se vira novamente. O vento move docemente as cortinas. Ela queria sumir. De si. E só reaparecer nele; com ele. Entreabre a boca. Que vontade descomunal era aquela de sair correndo e só parar sob os braços dele; sobre ele?
Luiza queria aquele homem mais do que queria a vida. Desejava dormir de uma só vez todas as horas que faltavam para aquela porra de sábado. Ela se recusa a ouvir "o vazio" que insistia em tocar naquele quarto. A mão dele é que deveria recolher essas lágrimas. Por mais pesadas que sejam, só ele era capaz de movê-las pra longe.
Luiza não tem sangue em veias latejantes. Se tem, não o sente. Não sente também sua capacidade de enxergar, de ouvir. 5 sentidos? Por que? Seu único sentido é a falta dum remédio que apenas ele tem, apenas ele é.
Por pouco não rasga as fotos que tem dele, apenas por terem feito-a chorar tanto, como se a culpa pela distância fosse do papel fotográfico.
Luiza se vira na cama pela última vez. Decide matar-se e ressucitar-se 4 dias depois.
Já é insensitiva.
Já não é ela.
Já não sou eu.
Somos nós. Nós dois.