terça-feira, 25 de agosto de 2009

Since 1992.

Meu amor por você me tornou tão boba que eu fecho os olhos, acaricio meus cabelos, respiro fundo... isso só para tentar te sentir aqui. Ter essas sensações desses atos como se fossem causadas por você. E ainda de olhos fechados eu peço para abrí-los somente quando eu tiver de ir ao aeroporto e tocar seus lábios. E ouso abrí-los torcendo pra impossibilidade ser quebrada e minha cama passar a ter aviões. Eu chego a sentir o gosto dessa distância decepcionante quando volto de minhas viagens escuras. Preferiria não ter olhos, a tê-los apenas para enxergar esse quarto vazio, mirar esse espaço sem você ao meu lado no colchão, ver como eu não faço idéia do que é sorrir enquanto você está longe.
Dói ver minha impotência diante dessa desgraça que sou com sua ausência. Não sou mais capaz de distinguir qualquer dualidade que seja, apenas de me caracterizar quando de olhos abetos e quando não. Quando cerrados eu te trago pra mim; pra fazer meu sangue voltar a circular, me sentir viva; fazer da Sessão Da Tarde o prazer máximo da televisão, deixar suas mãos livres em mim, e rir por permitir que eu seja desde a criança mais boba à mulher mais incontrolável. Encarinhar-me, domar-me, saciar-me. Quando vejo que ainda há quilômetros nos quebrando os corações, sou só a pessoa mais cansada, triste e incompleta que o mundo tem conhecimento desde 1992.