segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fixos olhares. Ou não.

É provável que enquanto lê isso, eu esteja com alguma foto sua em mãos ou recostadas sobre meu peito durante o sono ou ouvindo alguma conversa arquivada no computador. E não descarte a possibilidade de as fotos estarem sendo levadas aos meus lábios. Quando válida a quarta opção, tenho quase certeza que sua pele sente. Até penso em quem devo matar para transformar fotos em vodu. Assim, todas as vezes em que chorar tendo minha ausência como causa, basta que eu contenha a invisibilidade do seu choro para te confortar e te aquecer com meus olhares fixos.
Enquanto não é necessário que eu mate alguém, me resta querer suas fotos na minha rotina. Quero vê-las nos ônibus, nos orelhões, nas placas. Para poder dizer a todos: "Vê aquela fotografia? Aquele é o homem que me faz sorrir, me faz forte. Aquele é o homem que me ama!". Quem sabe fazer de você semáforos, moeda local? Sanidade sumida: minha forma de te fazer presente antes do sábado. E como não acontece, eu olho pros retratos espalhados nesse quarto ouvindo as frases carregadas de timidez que você sabe que me faz feliz e sonho com um pedido meu de trégua por tantas vezes questionar minha normalidade mental ao querer viver com você, ao te colocar como topo e centro de tudo que faço e sonho.
(Texto sujeito a edição.)