quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Na praça, frente ao banco e no topo da escada.

Por mais suja que estivesse a praça ou por mais acinzentado que fosse o céu, jamais as luzes daqueles postes presenciaram um horror maior do que o que daquela cena...
Beijos regados a palavras tão pesadas... o que foi aquilo? Que distância é essa que, enquanto a saudade é como lixa enxugando o que sua falta põe pra fora dos meus olhos, insiste em nos falecer?
Eu nunca quis largar sua mão ali. Nem ali nem em lugar nenhum. Logo quando viramos as costas minha vontade era de te esperar entrar no hotel e bater no 202 e quando abrisse a porta dizer que vamos sair de lá juntos, voar juntos e rotinar juntos no sul. Mas não. Tive que descer aquelas escadas e seguir o caminho oposto ao de seus passos, nos fazendo cada mais mais longe um do outro.
Quando voltarmos a estação de metrô, meu amor, vai ser pra darmos uma passada ligeira em minha casa pra pegarmos a mala que fingi que fiz, abraçarmos minha mãe, você responder que sim quando "promete que vai cuidar dela?" e irmos direto pro aeroporto. E estarmos mais distantes. Distantes de qualquer justificativa para a partida. Distantes de olhares molhados. Distantes de palavras tão impactantes. DISTANTES DE UM, TÃO TRISTE, VIRAR DE COSTAS.