sábado, 31 de outubro de 2009

Acorde-me quando o comércio estiver intransitável e houver pisca-piscas em minha janela.

"O pior livro do mundo para a melhor namorada do mundo". Assinado e datado dia 27 de outubro. É o que diz as letras mal-grafadas pela pressa na segunda ou terceira lauda de apresentação do livro que fechei e deixei de lado, quase embaixo do travesseiro. Terei de reler todos os parágrafos, passar os olhos distantes sobre todas as mesmas palavras que fingi estar atenta. Não sei pra quem fingi, pra mim mesma não era.
O poste que existe em frente a minha casa envia, sem querer, um pouco de luz pro meu quarto; janela e cortina estão abertas e eu com essa mesma involuntariedade eu faço sombra na parede. Fiquei surpresa em ver que, ao invés extremamente sensível, eu estava entorpecida ao chegar em casa, me deitar e tentar me distrair. Não sinto o colchão sob meu corpo, não senti nem o livro em minhas mãos enquanto ele ainda estava envolvido por elas. Não conseguia entender nada. Vou dormir. Ainda assim não vai fazer sentido algum, mas quero fechar os olhos por um tempo. Curto não, por favor. Quero sentir que meu coração pode bater quando eu olhar o calendário e, com êxtase, perceber que o natal chegou e preciso estar em Porto Alegre 3 segundos depois.