sábado, 31 de outubro de 2009

Acorde-me quando o comércio estiver intransitável e houver pisca-piscas em minha janela.

"O pior livro do mundo para a melhor namorada do mundo". Assinado e datado dia 27 de outubro. É o que diz as letras mal-grafadas pela pressa na segunda ou terceira lauda de apresentação do livro que fechei e deixei de lado, quase embaixo do travesseiro. Terei de reler todos os parágrafos, passar os olhos distantes sobre todas as mesmas palavras que fingi estar atenta. Não sei pra quem fingi, pra mim mesma não era.
O poste que existe em frente a minha casa envia, sem querer, um pouco de luz pro meu quarto; janela e cortina estão abertas e eu com essa mesma involuntariedade eu faço sombra na parede. Fiquei surpresa em ver que, ao invés extremamente sensível, eu estava entorpecida ao chegar em casa, me deitar e tentar me distrair. Não sinto o colchão sob meu corpo, não senti nem o livro em minhas mãos enquanto ele ainda estava envolvido por elas. Não conseguia entender nada. Vou dormir. Ainda assim não vai fazer sentido algum, mas quero fechar os olhos por um tempo. Curto não, por favor. Quero sentir que meu coração pode bater quando eu olhar o calendário e, com êxtase, perceber que o natal chegou e preciso estar em Porto Alegre 3 segundos depois.

Aqui para não ficar perdido no amontoado de coisas que minha inconsciência guarda.

O que aconteceu naquela rodoviária ontem foi o amor começando a se prontificar. Como pessoas se preparando para o fim do mundo.

sábado, 3 de outubro de 2009

O que sinto as 20:15hrs

Tenho a sensação de coração ensenzalado. Tenho a sensação de correntes em meus punhos. Tenho a sensação de punição em praça pública. Mas me vejo de boca aberta ao perceber que a Lei Áurea pouco significativa seria agora. Esse gênero de escravidão me agrada de todas as formas imagináveis.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Verdades.

Verdades: coração que já não aquece mais, sentimentos e uma chama que nunca se desfaz.

Nos seus olhos a luz brilhou mais uma vez e me fez entender o que é amar.

Se ainda ouço a chuva cair e é algo que me faz lembrar que eu não posso estar sem você... Me diz que a chama não vai se apagar, que a nossa música ainda toca aqui, nos nossos sonhos, eu sei que vou levar o seu abraço sempre a me cobrir. E ainda vou chorar em olhar pra você e dizer que te amo.
Mais uma vez vou ficar aqui pra ver a chuva cair, lembrar que o seu cheiro ainda fica em mim. Vou chorar...mas que saudades de você!
E de tudo, meu amor, serei atenta antes e com tal zelo, sempre tanto que mesmo em face do maior encanto. Dele se encante mais meu pensamento.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ignoro qualquer um que me faça perguntas desse minuto em diante.

Parte I:
Com sutilieza calcei as pantufas e com preguiça troquei passos. A dedo escolhi um copo, em instantes estava até a borda com água. Pensei por dois segundos se não seria tão estúpido virar os olhos para a cama sabendo que não estava lá. Mas estúpido mesmo era tentar levantar dela de forma sedutora, como se ele estivesse me assistindo beber o que saía daquele filtro imundo. Foda-se a estupidez. Deixei-a de lado quando, ao ouvir as primeiras gotas de chuva do lado de fora, estacionei o olhar sobre a janela. Olhar tão pesado que era como se eu visse o vidro prestes a se quebrar. E do estacionamento dos olhos, estacionei também o corpo frente a ela. Acho que nunca uma janela me pareceu tão vingativa. Ela não sabia por quê eu a olhava daquela forma e devolvia isso estando tão bem posicionada diante da rua. Atrevi-me a tocá-la. Dividi sua superfície fria e enxarcada pela metade. Um vento gelado passou por ela e eu.
Não, eu não ia esperar que um milagre lhe fizesse passar por ali, Jaime. E janela, sua inanimação me chateia, vou deitar-me novamente!
Meu lugar na cama ainda estava quente e pra evitar pés congelados, deixei que as pantufas continuassem a esquentá-los. Com esforço estiquei o braço e descompromissadamente apertei o botão vermelho do controle remoto. Depois de 3 tentativas de achar uma atração televisiva realmente atrativa, desliguei aquilo. A tela preta pouco relfetora era mais interessante. Isso porque ela me lembra o cochilo tirado ao lado dele a algumas semanas atrás. Eu conseguia ver aquele encaixe perfeito pela televisão suspensa na parede do 202. E essa lembrança deixava minha cama mais confortável. Impressão minha.
Ouço a janela me chamar e vejo as feições de Jaime na parede tentando avisar-me de que o certo seria se eu conferisse o que a janela queria de mim. Levei o antebraço a testa, entreabri a boca e respirei por ela. Sim, eu tinha que ir até lá, quem sabe ela tinha notícias suas que eu não? Quem sabe ela tenha recados deixados por um passarinho a pedido seu? Quem sabe tenha mensagens feita com a ponta dos dedos no vidro embaçado? Melhor: quem sabe sua ausência tenha me tirado a saúde mental e me feito pensar esses absurdos? Fico com a última opção mesmo. Mas indiferente a isso, me levanto e me coloco frente a janela que deixei aberta. O chão molhou a sola das pantufas. Livrei-me delas e aventurei-me em ficar descalça e ter os pés tomados pela água da imprudência pluvial.

domingo, 20 de setembro de 2009

Ignoro qualquer um que me faça perguntas desse minuto em diante.

Com sutileza



Isso acima era o início de um post superapaixonado que pretendia pra hoje. Deixei exatamente como estava desde que minimizei a janela para dá-lo 'bom dia'. Mas desisti assim que ele jogou fora a tentativa de não pensar negatividades sobre nós. Ou sobre mim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ele é o Quebra-Nozes, mas susbtitui nozes por sentimentos.

Eu me sentia dentro daqueles pesadelos em que é necessário correr e se não o fizer logo, lhe custará a vida. E eu tinha a sensação de que menos me movia quanto mais queria estar longe de qualquer carvão lapidado. Provavelmente eu jamais entenda essa extraordinária ameaça. E quanto ao Sr. Castro, eu tentava explicar-lhe essa sensação de prisão e imobilização em pesadelos, mas ele insistia em negar um sentimento que não pertencia a ele, e sim a mim! Fiz o mesmo anteontem ou antes, não sei. Mas as situações eram de um contraste cegante. O fato era de que nesse pesadelo se eu não corresse, seja lá de qual monstro fosse dessa vez, eu perderia a vida. Mas minha vida, desde a aparição dele, se tornara algo de valor irrisório, talvez nem irrisório, mas nulo. Eu me importava com o elo entre Sr. Castro e eu. Aquilo sim me valia algo. Aquele elo, que depois da leitura frente a luz fraca daquele computador, já me fazia converter a força em insegurança. Era a primeira vez que via algo de tamanha ambiguidade, de firme e não ao mesmo tempo.
Antes de começar a ler, pensei:"Pela extensão do email, de boa coisa não se trata. Pra falar de amor ele não gasta tanto, é sempre direto." e depois de pairar os olhos sobre aquelas palavras tão impactantes, tão duras, tão... pontiagudas, vi que não estava errada. Por algum motivo insondável a distância entre ele e eu pareceu triplicar, quadruplicar. Tipo distância continental.
Tive a sensação de coração trincado. Depois quebradiço. Depois estilhaçado. Aliás, tudo que remeta a ele me faz inteiramente quebradiça. Li o último email. Coloquei a mão no peito e senti que ele pulsava rápido demais sob minha palma. Uma dormência do pé subiu a cabeça. Minha indignação responderia por mim. É como se minha cara de tormenta criasse dedos e digitasse tudo o que meus olhos repeliam em lágrimas naquele momento exato segundo. Cliquei em 'enviar'. Fechei aqueles quadradões.
Seria um sacrifício caminhar até minha casa. Queria deitar-me por ali mesmo. É menos martirizante não dormir onde, no início do dia, eu acordei do meu cochilo de minutos com a certeza (não tão certa afinal) de que meu coração estava em boas mãos. Que direito ele tinha de pormenorizar meu amor assim? E esse tipo de pensamento fazia minhas pernas mais rígidas, o chão me segurava. Só assim pra que eu pudesse sentir que havia concreto sob meus pés. Não me diria sem chão, mas sem teto e paredes, com toda certeza que sim.
Já na esquina de casa, eu mudara de opinião e agradecia a Deus por estar próxima a meu "lar". Eu poderia tomra banho e desejar que houvesse uma ducha de ácido sulfúrico no lugar de água do chuveiro para que eu, corroída, ficasse só em ossos. Assim eu não teria coração e consequentemente não sentiria essa dor que tanto me entorpecia.
Habitualmente estava com as mãos no bolso do moleton e senti o alarme silencioso do celular. Antes da tragédia envolvendo emails eu havia contatado Sr. Castro em sua residência. Ou aquilo se tratava dum retorno a ligação ou a réplica que fiz em seu @hotmail.com. Pensei dominantemente em não atender. Deixá-lo pensar que, por ventura, ele pode ter cravado uma estaca de ferro na minha ferida ao expor a sua. Foda-se, a voz dele TALVEZ mudaria o rumo que deu a meu quase fim de noite. Apesar das lágrimas, das desculpas, dos desejos esmagados de palavras doces, eu me sentia bem enquanto seu timbre chegava suavemente ao meu ouvido direito. Até o dizer mais delicado do planeta soaria grosseiro comparada a voz do homem dos meus sonhos.
Em nossos minutos trocando palavras eu me senti inteira. Senti sangue em veias novamente. Era como se meu peito nunca tivesse sido esburacado. Eu não estava curada e sim, perfeita, sem ferimento algum.
Isso até desligarmos o telefone.
Isso até eu tentar dormir.
Isso até eu lamentar por não consegui dormir.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Na praça, frente ao banco e no topo da escada.

Por mais suja que estivesse a praça ou por mais acinzentado que fosse o céu, jamais as luzes daqueles postes presenciaram um horror maior do que o que daquela cena...
Beijos regados a palavras tão pesadas... o que foi aquilo? Que distância é essa que, enquanto a saudade é como lixa enxugando o que sua falta põe pra fora dos meus olhos, insiste em nos falecer?
Eu nunca quis largar sua mão ali. Nem ali nem em lugar nenhum. Logo quando viramos as costas minha vontade era de te esperar entrar no hotel e bater no 202 e quando abrisse a porta dizer que vamos sair de lá juntos, voar juntos e rotinar juntos no sul. Mas não. Tive que descer aquelas escadas e seguir o caminho oposto ao de seus passos, nos fazendo cada mais mais longe um do outro.
Quando voltarmos a estação de metrô, meu amor, vai ser pra darmos uma passada ligeira em minha casa pra pegarmos a mala que fingi que fiz, abraçarmos minha mãe, você responder que sim quando "promete que vai cuidar dela?" e irmos direto pro aeroporto. E estarmos mais distantes. Distantes de qualquer justificativa para a partida. Distantes de olhares molhados. Distantes de palavras tão impactantes. DISTANTES DE UM, TÃO TRISTE, VIRAR DE COSTAS.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

3 tardes.

Até hoje tento entender como me invadiu assim. E caso eu consiga descortinar isso, será útil para que eu também entenda essa repentina vontade de te ter ao lado em tempo integral. Hoje, nada significa mais que seu nome, que poder pronunciá-lo com esse conforto, sem medo da incerteza.
Tente devanear sobre o inferno que minha atmosfera se torna quando vejo filmes romanescos apenas tendo a superfície das fotos para tocar. Sem poder comentar, beijando-lhe o ombro, como seria se aquela cena acontecesse a nós. 
Não posso continuar longe de você. Não faz parte do meu dever mundano ter de te esperar tanto. 

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Que (não) lateja ou (não) faz latejar.

Luiza se vira na cama. A falta que ele faz a ela faz com que seu corpo inche, como se há muito não tivesse mais alma. É quase terça-feira. Nunca quis que a semana passasse tão ligeira. O coração parece ultrapassar os ossos e só a pele peitoral faz barreira de impedimento de pulsos fora do lugar.
Luiza se vira novamente. O vento move docemente as cortinas. Ela queria sumir. De si. E só reaparecer nele; com ele. Entreabre a boca. Que vontade descomunal era aquela de sair correndo e só parar sob os braços dele; sobre ele?
Luiza queria aquele homem mais do que queria a vida. Desejava dormir de uma só vez todas as horas que faltavam para aquela porra de sábado. Ela se recusa a ouvir "o vazio" que insistia em tocar naquele quarto. A mão dele é que deveria recolher essas lágrimas. Por mais pesadas que sejam, só ele era capaz de movê-las pra longe.
Luiza não tem sangue em veias latejantes. Se tem, não o sente. Não sente também sua capacidade de enxergar, de ouvir. 5 sentidos? Por que? Seu único sentido é a falta dum remédio que apenas ele tem, apenas ele é.
Por pouco não rasga as fotos que tem dele, apenas por terem feito-a chorar tanto, como se a culpa pela distância fosse do papel fotográfico.
Luiza se vira na cama pela última vez. Decide matar-se e ressucitar-se 4 dias depois.
Já é insensitiva.
Já não é ela.
Já não sou eu.
Somos nós. Nós dois.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fixos olhares. Ou não.

É provável que enquanto lê isso, eu esteja com alguma foto sua em mãos ou recostadas sobre meu peito durante o sono ou ouvindo alguma conversa arquivada no computador. E não descarte a possibilidade de as fotos estarem sendo levadas aos meus lábios. Quando válida a quarta opção, tenho quase certeza que sua pele sente. Até penso em quem devo matar para transformar fotos em vodu. Assim, todas as vezes em que chorar tendo minha ausência como causa, basta que eu contenha a invisibilidade do seu choro para te confortar e te aquecer com meus olhares fixos.
Enquanto não é necessário que eu mate alguém, me resta querer suas fotos na minha rotina. Quero vê-las nos ônibus, nos orelhões, nas placas. Para poder dizer a todos: "Vê aquela fotografia? Aquele é o homem que me faz sorrir, me faz forte. Aquele é o homem que me ama!". Quem sabe fazer de você semáforos, moeda local? Sanidade sumida: minha forma de te fazer presente antes do sábado. E como não acontece, eu olho pros retratos espalhados nesse quarto ouvindo as frases carregadas de timidez que você sabe que me faz feliz e sonho com um pedido meu de trégua por tantas vezes questionar minha normalidade mental ao querer viver com você, ao te colocar como topo e centro de tudo que faço e sonho.
(Texto sujeito a edição.)

domingo, 30 de agosto de 2009

Ele. E a letra maiúscula não foi usada apenas por ser início d'uma frase.

Não faço idéia do que dizer aqui. Não faço idéia do motivo pelo qual ainda estou aqui: longe de você.
Por favor, prometa pra mim que tentará imaginar o quanto te amo? Aliás, eu vejo amor como algo tão fraco quando colocado ao lado do que sinto. Perda de tempo persistir nessa idéia de explicar, não vou ser capaz mesmo. Só tenha idéia de que você é o homem da minha vida. Só isso basta.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Caixa de Entrada (novo email)

5 minutos... era tudo o que me satisfaria por agora. Te dar boa noite, e um beijo com os 4:56 restantes. Essas inconformidades só se dissolvem em seus braços. E isso pra mim é tão real, que é como se eu te sentisse deitado comigo, seu queixo se encaixando com perfeição na minha nuca e não houvesse o que nos tirasse da cama; minhas costas aquecidas por seu peito, encostados, de lado, sua perna faz companhia a minha, seu nariz tem meus cabelos bem próximos. Nos beijamos cansados, nos olhamos alguns minutos e o sono vence.
Enquanto isso eu fico aqui, imaginando e conseqüentemente, te amando.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Since 1992.

Meu amor por você me tornou tão boba que eu fecho os olhos, acaricio meus cabelos, respiro fundo... isso só para tentar te sentir aqui. Ter essas sensações desses atos como se fossem causadas por você. E ainda de olhos fechados eu peço para abrí-los somente quando eu tiver de ir ao aeroporto e tocar seus lábios. E ouso abrí-los torcendo pra impossibilidade ser quebrada e minha cama passar a ter aviões. Eu chego a sentir o gosto dessa distância decepcionante quando volto de minhas viagens escuras. Preferiria não ter olhos, a tê-los apenas para enxergar esse quarto vazio, mirar esse espaço sem você ao meu lado no colchão, ver como eu não faço idéia do que é sorrir enquanto você está longe.
Dói ver minha impotência diante dessa desgraça que sou com sua ausência. Não sou mais capaz de distinguir qualquer dualidade que seja, apenas de me caracterizar quando de olhos abetos e quando não. Quando cerrados eu te trago pra mim; pra fazer meu sangue voltar a circular, me sentir viva; fazer da Sessão Da Tarde o prazer máximo da televisão, deixar suas mãos livres em mim, e rir por permitir que eu seja desde a criança mais boba à mulher mais incontrolável. Encarinhar-me, domar-me, saciar-me. Quando vejo que ainda há quilômetros nos quebrando os corações, sou só a pessoa mais cansada, triste e incompleta que o mundo tem conhecimento desde 1992.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Falante - Pelo Espelho

Me deixa ficar aqui até você baixar a guarda e agir de qualquer forma espontânea, despreocupada. Enquanto se arruma e dança em frente ao espelho, eu olho e penso como é raro e verdadeiro esse momento. E se você deixar eu sempre vou estar lá pra ser quem acompanha seu ritmo. Se faz o mundo mais nítido ou mais bonito, se estou contigo tudo faz sentido. Me faz sorrir desprevenido, reconhecer o que, de fato, mais preciso. Me faz crer no que antes era impossível. Como posso perder se estou com você? Não estou mais perdido! E se você deixar, eu sempre vou estar lá pra ser mais que o amigo mais íntimo. Mais que um amigo.


Link da música no Last.fm:
http://www.lastfm.com.br/music/Falante/_/Pelo+Espelho
E SE VOCÊ DEIXAR, EU SEMPRE VOU ESTAR LÁ PRA SER QUEM ACOMPANHA SEU RITMO. SE FAZ O MUNDO MAIS NÍTIDO OU MAIS BONITO, SE ESTOU CONTIGO TUDO FAZ SENTIDO.
ME FAZ SORRIR DESPREVENIDO, RECONHECER O QUE, DE FATO, MAIS PRECISO. ME FAZ CRER NO QUE ANTES ERA IMPOSSÍVEL. COMO POSSO PERDER SE ESTOU COM VOCÊ? 

Maldita frente fria!

Acho sempre que a chuva só vem para intensificar as sensações anteriores a ela. Isso no mundo inteiro e com boa parte da população. O amor fica quentinho, a tristeza alcança o império, a saudade duplica as medidas de nossos corações, fazendo-os ainda mais apertados dentro de nós.
Ainda não sei dar nome para o que sinto, mas que  a chuva e a queda de temperatura fazem disso algo mais aflitivo do que é, já me certifiquei. Não consigo encontrar razão, mas essa janela molhada, esse céu sem graça, só me fazem sentir mais a sua falta. Repito: não sei encontrar razão nisso, mas nesses minutos tão frios é que decido me deixar congelar. A não ser que sua pele venha me aquecer. Nenhum cobertor, mesmo os elétricos, não me darão o calor que preciso pra enfrentar as temperaturas e a saudade de frente. Toda essa fraqueza se resolve em você, meu amor. Os dias mais frios quero passar abrigada e protegida sob seus braços, seus abraços e suas palavras que tanto me fazem boba ao ouvir.
Acho até que seus emails, me fazem pouco mais quente que qualquer roupa para o inverno.
Saia de longe de mim, venha pra perto e não volte a estar distante dos meus seios gélidos, do meus rosto ressecado pelos ventos congelantes, e olhos molhados por lágrimas e gotas de chuva simultaneamente.

sábado, 22 de agosto de 2009

Sem testes, sem página aberta no word, sem rascunho.


Satura algumas veze ter de ficar me preocupando com concordâncias verbais, vírgulas em seus devidos lugares, entre outras medidas pra tentar fazer do texto mais atrativo e indefeituoso. Principlamente textos passionais, não é necessário desvios nominais tão grandes pra mostrar algo que 3 palavras conseguem traduzir tão bem o que sinto quando se trata dele.
Em todos os gêneros de demonstração de carinho, cada apelidinho, cada mau humor modificado ao me ver, cada assobio besta, cada vez que ri das minhas gafes, cada vez que diz que me ama (mesmo sendo poucas)... Tudo isso faz com que eu perceba que sou capaz de olhar pra você e permanecer assim o resto dos meus dias. Você estando longe, as horas passam rastejando. Eu preciso de você aqui comigo, é uma necessidade eterna, eu ainda preciso de você e estou aqui a esperá-lo. Até minhas malas já fiz, pra aguardá-lo vir, passar dois dias inesquecíveis ao meu lado pra depois me levar pra longe de tudo, pra onde só haja nossas possibilidades de tornar todos os sonhos reais.  Enquanto isso, até nas paredes eu já registrei: "SEJA QUEM NUNCA ME DEIXARÁ SOZINHA! ABRACE-ME FORTE E FIQUE AQUI!" em letras, modéstia a parte, profissionalmente borrifadas.O sono vem me vencendo e antes que essa vitória seja consumada, eu tento dizer da forma mais clara e objetiva o quão intenso é essa desgraça que sinto aqui, ao menos pra dormir com certeza de que isso foi esclarecido, pra caso eu não acorde. E que toda essa simplicidade seja vista e apreciada da mesma forma que textos recheados de palavras de significados desconhecidos; como se isso fosse presença de um amor mais ou menos contundente. Nem me certifiquei se fui coerente, se estou gramaticamente de acordo com minha língua, mas ao você ser o motivo de eu estar na desconfortável cadeira diante da luz do monitor que por pouco não me cega, não preciso dizer algo além do que a compacta verdade diz: EU TE AMO!

Castro vem antes.

É de se embasbacar como em questão de minutos e pouquíssimas palavras digitadas eu me torno opaca. Eu não sou capaz de ver, mas quando a primeira coisa que me vem em mente quando penso em algo ruim, é andar descalça sobre brasas e onde termina esse pensamento vem o de te perder, é porque essa minha opacidade não pode ser contida, não pode ser freada pelas culpas que você coloca em si.
Não diga que a escassez de sorrisos vem de você, meu amor. Ela se deve ao fato de termos receio das nossas perdas, de algum desencontro de nossos corações e, quem sabe, de que um cheiro que nunca seja nostálgico. Eu entendo qualquer medo que me confesse que tenha, porque tenho absoluta certeza de que é exatamente o mesmo medo que me faz chorar.
Toda vez que meu brilho se for, me traga um novo, talvez mais lustroso do que o que eu possuía anteriormente. Pra podermos caminhar lado a lado com nossos sonhos estampados no rosto, mostrando até pra quem não queira ver que nosso amor pode não ser dos que se ouve falar, mas em questão de verdades, é mais puro que qualquer nuvem, mais que puro que qualquer criança.
É de se embasbacar mais ainda, como em questão de minutos e pouquíssimas palavras digitadas você me devolve tudo o que esse demônio de turvacidade tirou de mim, me fazer voltar a sorrir, mesmo negando que você é o responsável por esse sorriso. Deixe seu sentimento me invadir e fazer de mim, sua morada permanente.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

en.tre.ga subst. fem.

Eu me abandono e me dou a você.
Entrego meus medos para que você destrua-os; entrego minhas dores para que as torne amenas; entrego meus sonhos para que concretize-os; entrego minhas mãos para que tome-as e me leve para qualquer lugar longe; entrego minha dedicação em fazer-lhe feliz para que não tenha motivos para me deixar; entrego meu silêncio para que meu sentimento fique por ser interpretado; entrego minhas perdas para que torne-as benefícios; entrego minha cumplicidade para que nos transformemos em um; entrego minha descompostura para que ainda assim veja beleza nisso; entrego meu desarme para que minha sobrevivência se deva a sua; entrego minhas formas para que elas se tornem mais acentuadas diante do seu tato... enfim entrego minha vida para que, a partir de agora, faça-a mais satisfatória, mais atrativa e, de repente, muito mais completa.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Descontroles motivados.

Eu não me vejo de outra forma se não pugilatando essa vontade de sentir suas mãos em minha nuca, causando um agradável tremor... sentí-las acariciando o corpo - que pede o suor do seu- sentindo-as deslizando pelas porções ordenadas de pele vulnerável a calafrios. Eu sei que é isso o que suas mãos querem; certificar-se de que meus arrepios chegaram ao seu ápice.
Me revolta um pouco essa sua satisfação frente ao arrivismo do meu intenso querer, tendo ou não o 'te' precedendo esse verbo tão inescrupuloso.Impressiona a ficção que crio. Impressiona porque eu seria capaz de ceder minha existência apenas para ter a prova de que a junção de nossas cores é realmente a exata cor que imagino. Cor que de tão bela será como o verde de um semáforo, será nosso sinal de permissão a partida. Em que qualquer arritmia há de ser enlatada ao lixo. As nossas roupas já no chão quase não nos deixam ver o vapor abandonando nossos corpos cadentes. Corpos. Outro se torna a extensão de um. Minhas volúpias acompanham sua carinhosa violência. Nossos olhos se fixam, se desviam, se fixam novamente. Nossas línguas se desvendam milimetricamente, se encontram, se perdem entre pêlos aprumados. E nesse momento não existe nem outro planeta. Apenas você, eu, a ferocidade e todos os gemidos que meus ensaios já estão exaustos em ouvir enquanto sua presença era só imaginada.
Contigo posso ser quem quero. A mais recatada, a mais sem pudores, a daquela noite, a de todos os dias, posso até ser eu: a que grita por seus beijos todo o tempo, a que luta contra uma necessidade incondicional de sentir seu peso sobre mim... Eu: a que fará sempre algo que faça-lhe me querer como te quero e que esse querer não acabe. E que minhas curvas sejam eternamente o motivo do seu descontrole.
Minha libido não é compatível a outra cama se não a nossa e a outra carne se não a sua.